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Especialista explica como driblar os vilões do consumo de água

Pequenas mudanças de hábito ajudam na economia e no bem-estar ambiental

Por Da redação
Atualizado em 9 set 2021, 13h21 - Publicado em 17 fev 2017, 17h44

Reduzir o consumo de água é uma das preocupações atuais da sociedade tanto pelo viés ecológico, quanto pela questão financeira. Afinal, se não houver controle do consumo, a conta pode trazer uma surpresa desagradável no final do mês. Porém, pequenas ações realizadas diariamente ajudam a economizar este bem natural tão valioso – e também a não comprometer tanto o orçamento. Pensando nisso, consultamos o doutorando em Engenharia Civil e Coordenador da Engenharia de Aplicação da Deca, Osvaldo Oliveira Jr., para falar sobre principais vilões do consumo de água e como combate-los. Mas adiantamos: a redução dos gastos depende muito mais do usuário do que das tecnologias existentes!

CHUVEIROS

Foto: Cacá Bratke

O especialista explica que antes de mais nada é preciso levar em conta que há diferenças entre os sistemas hidráulicos das casas e dos apartamentos. Os chuveiros aquecidos a gás, por exemplo, tem uma vazão muito maior do que os chuveiros elétricos (que são os mais comuns nas casas). Isso acontece porque os modelos elétricos dependem de uma resistência para aquecer a água, então a pressão é menor porque eles demandam um tempo maior para esquentar. “O chuveiro elétrico é geralmente mais econômico porque a vazão média é de 3 litros por minuto. Mas é claro que aqui não estamos levando em conta a questão do conforto” completa Osvaldo.

Já os chuveiros com aquecimento a gás, comuns principalmente em prédios, têm uma pressão muito maior e uma vazão de cerca de 40 litros por minuto. Isso significa que ele “deixa passar” muito mais água do que o elétrico. A sensação de relaxamento é maior por conta da pressão da água, mas é possível obter o mesmo efeito gastando menos. “Existe no mercado o que chamamos de restritores. São peças feitas para serem acopladas aos sistemas hidráulicos para diminuir a vazão a um nível pré-determinado”, explica o engenheiro. Assim, se o seu chuveiro libera 40 litros/min, você pode usar esse restritor e baixar o nível para 8 litros/min. “Outra opção são os chuveiros com passagem de ar. Esses reduzem a vazão, mas passam a sensação de uma pressão maior, por conta do ar que sai junto com a água, e consequentemente mais conforto”, diz o especialista. Segundo ele, os projetos de novos apartamentos já vêm tomando mais cuidado com toda a rede hidráulica preparando-a para ter uma pressão menor.

É claro que, além do tipo do chuveiro, há um fator ainda mais importante quando o assunto é economia: a conscientização das pessoas. Osvaldo explica: “Aliar essas tecnologias disponíveis com um menor tempo no banho com certeza ajudará a reduzir os gastos com água, e também com energia elétrica, e ainda poupar esse recurso natural”.

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BACIA SANITÁRIA

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Foto: Haruo Mikami

Outro vilão do consumo de água é, sem dúvidas, a descarga. Ainda hoje, muitos edifícios e casas mais antigas usam modelos que tem uma vazão entre 15 e 20 litros. “Independentemente da pressão, as bacias nos apês ou nas casas consomem mais ou menos a mesma coisa porque têm um volume fixo” explica Osvaldo. No entanto, o engenheiro conta que de 2003 para cá as bacias começaram a ser fabricadas para ter uma vazão de cerca de 6 litros. Isso reduz significativamente o uso de água. Assim, uma sugestão para economizar é trocar os modelos antigos pelos novos, que consomem menos. “Pesquisas também mostram que o sistema de meia descarga para dejetos líquidos contribui com a economia”, completa o engenheiro.

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COZINHAS E LAVANDERIAS

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Foto: Cacá Bratke

A pia e o tanque são os terceiros na lista de consumo. “Mas nesses casos, voltamos a reforçar a questão da sensibilização das pessoas”, diz Osvaldo. Implantar o sistema de restritores nessas torneiras pode causar um desserviço a quem utiliza os espaços com muita frequência: é melhor ter uma vazão mais alta para encher mais rapidamente um balde ou uma panela e fechar logo a torneira na sequência. Nesses ambientes, o mais indicado é, realmente, tomar cuidado com o tempo de vazão da água. “É mais interessante que as pessoas mudem seus hábitos nessas áreas, como fechar a torneira enquanto ensaboa a louça, por exemplo”, completa.

Osvaldo também foi responsável pela estruturação e implementação do Programa para Conservação da Água, o Deca ProÁgua. “ Através desse programa, queremos fazer com que as pessoas entendam que essa interação de ela economizar água e de usar as novas tecnologias  é que resulta na economia efetiva de agua”, diz.

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