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Reforma valoriza e incrementa imóvel de cobertura

Apostando na transparência, o projeto redescobriu a paisagem

Por Renato Bianchi
Atualizado em 9 set 2021, 11h57 - Publicado em 26 jan 2018, 17h00

O espaçoso tríplex com vista para a Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, exigia uma readequação para que o casal de proprietários residente na Inglaterra pudesse passar férias no Brasil. Primeiro passo: o arquiteto carioca Rodrigo Barbosa assumiu a incumbência de converter o antigo apartamento em um camarote privilegiado de onde os donos pudessem desfrutar do exuberante panorama ao redor.

As antigas tábuas de ipê do deck, construído sobre a laje da casa de máquinas da piscina, foram removidas, assim como os azulejos originais que revestiam o tanque – substituídos por pedras. (MCA Estúdio/MCA Estúdio)

A premissa do projeto foi limpar as alvenarias, deixando as estruturas desnudas ao máximo. “Todo o perímetro da cobertura teve o gradil metálico substituído por guarda-corpo de vidro temperado e laminado a fim de facilitar a visualização do Cristo Redentor e do espelho-d’água natural à sua volta”, explica o arquiteto. Visando maior praticidade, o velho deck da piscina foi redesenhado e integralmente refeito com material composto de resina impermeável estampado imitando madeira. Para concluir, jatos de hidromassagem, sistema de aquecimento e iluminação caprichada, com direito a cromoterapia, asseguram banhos noturnos envoltos pela paisagem digna de cartão-postal.

(MCA Estúdio/MCA Estúdio)

Confira o que mudou:

Luz sutil: a iluminação do deck e da piscina é discreta, sem ofuscar a claridade natural noturna, muito apreciada pelos moradores da cobertura. Foram instaladas seis arandelas para iluminar pisos e paredes, além de 17 balizadores em todos os degraus da escada e no plano do deck (tudo da Lumini). Na escolha, privilegiaram-se equipamentos com lâmpadas de led para otimizar o consumo energético. Investimento: R$ 13 000.

Beirada forte: uma mureta de alvenaria, elevada 30 cm acima do deck, tem como função travar o guarda-corpo. As chapas incolores ficam encaixadas em um perfil em forma de U com o auxílio de silicone, de modo a evitar o contato da água com o anteparo metálico. Essa solução garante maior segurança para quem se debruça no vidro. No acabamento, mármore branco. Serviço da HVeiga Esquadrias de Alumínio. Investimento: R$ 4 300.

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Banho com charme: a profundidade da antiga piscina não chegava a 90 cm. A fim de oferecer maior conforto aos usuários e um panorama mais favorável, sua altura passou para 1,20 m, com a elevação da borda em 30 cm acima do nível do deck. O novo tanque, com 2,85 x 3,25 m, foi impermeabilizado com manta asfáltica, para evitar vazamentos. O layout ganhou, ainda, status de spa, com borda infinita e revestimento de pedras hijau, da Palimanan. Investimento: R$30 400.

Piso renovado: “o antigo deck, elevado, encontrava-se em péssimo estado de conservação e não permitia uma boa visão da Lagoa de dentro da piscina. Na reforma, foi refeito e acrescido de degraus suaves. O material eleito foi a madeira plástica de 3,2 x 15 cm no tom jatobá (modelo Tábua Deck, da Ecopex), resistente a intempéries e de fácil manutenção, solicitação dos proprietários, que usam a residência apenas ocasionalmente. Investimento: R$ 60 000.

Vista livre: a opção pelo guarda-corpo de vidro com 16 m de extensão, em contraposição ao gradil com barras de alumínio, foi motivada pelo desejo de proporcionar a maior transparência possível diante da paisagem. As duas folhas de vidro temperado laminadas (8 mm de espessura cada uma) medem 0,90 x 0,90 m e são resistentes a impactos – em caso de quebra, os estilhaços permanecem colados à película do miolo. Investimento: R$ 20 300.

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Parede embelezada: o muro de 2,50 m de altura abriga a cascata da piscina e esconde o acesso ao rooftop, ponto elevado que permite uma visão de 360º dos arredores. “Essa empena cega, original do edifício, não podia ser demolida, por conter a coluna de ventilação do prédio”, explica o arquiteto. Foi coberta por um mosaico de pedras com tons oxidados (Palimanan), de modo a ser integrada ao visual orgânico predominante.

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