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Jardim de 50 mil m² se funde perfeitamente com a Mata Atlântica

A formação de um lago e o plantio de árvores nativas – tudo isso emoldurado pelas montanhas rochosas da Serra dos Órgãos, no Rio de Janeiro.

Por Texto: Vera Kovacs
Atualizado em 9 set 2021, 13h13 - Publicado em 22 mar 2017, 18h14

A cada novo trabalho, o paisagista mineiro Luiz Carlos Orsini segue um roteiro infalível. A primeira providência é pensar no traçado. “Esta fazenda, cercada pelo maciço da Serra dos Órgãos, oferece uma vista tão bela que o paisagismo se torna apenas um detalhe”, sentencia Orsini. “Senti falta da presença da água, então, desenhei o lago como ponto de partida para integrar o projeto à mata nativa.” Genial foi implantar esses 1 300 m² de área alagada na porção mais baixa e já desmatada do terreno – e dar à represa, além de função contemplativa, papel recreativo, já que se pode nadar ali.

“Para manter a água limpa, optei por um sistema de filtragem biológica e com peixes que se alimentam das bactérias.” Os 50 mil m² da propriedade são recortados por caminhos de pedra e pontes de madeira que Orsini criou para tornar mais retilíneos os trajetos na vastidão íngreme. O plantio de árvores típicas da região, repetindo espécies já presentes na área, configurou a segunda etapa do processo: a estrutura vertical do espaço. “Tanto o traçado quanto a estrutura não se alteram, estarão presentes no jardim para sempre”, explica o profissional. “Ao mesmo tempo, o paisagismo é mutante.

O que é sol hoje é sombra amanhã.” Por isso a escolha das espécies de porte menor – arbustos, flores e forrações – integra a terceira etapa. “Elas podem ser repensadas ao longo dos anos, mas precisam combinar entre si e se harmonizar com o clima da região.” Criatividade é o último elemento da fórmula e isso o profissional tem de sobra, como este extenso jardim exemplifica.

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