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Trio preserva a memória de Belo Horizonte registrando casas antigas

A batalha pela manutenção do patrimônio arquitetônico da capital saiu da internet e virou livro impresso

Por Por Silvia Gomez
Atualizado em 9 set 2021, 13h43 - Publicado em 29 dez 2016, 17h00

Desde novembro, os sites https://www.casasdebh.com e https://www.chaoqueeupiso.com.br estão vendendo a publicação Casa e Chão: Arquitetura e Histórias de Belo Horizonte, resultado de um projeto de resgate da arquitetura da capital mineira.  Idealizado pelas jornalistas Paola Carvalho e Raissa Pena e pelo arquiteto Ivan Araújo, o livro nasceu a partir de um financiamento coletivo, em que mais de 350 pessoas investiram na empreitada. O trio falou sobre o projeto para a Arquitetura & Construção. Leia entrevista exclusiva a seguir e veja algumas casas históricas da capital logo abaixo.

Arquitetura & Construção: Como surgiu o trabalho?

Paola: A partir das redes sociais, como uma forma de usar o desenho dos pisos para falar dos lugares onde eles estão instalados. E, com isso, chamar a atenção para sua história. Logo percebemos a enorme memória afetiva ligada ao projeto, especialmente em relação às casas que remetiam à infância dos participantes. Mas muitas dessas residências já haviam se perdido, a maioria derrubada para dar lugar a prédios. Quisemos então reunir no livro exemplares que pudessem mostrar a evolução da paisagem urbana da cidade e optamos pelo financiamento coletivo para ajudar nos custos.
 

A&C: Qual o lugar desse passado hoje na metrópole?

Raissa: Para muitos, o conceito de desenvolvimento urbano ainda está ligado à eliminação do velho. Mas não precisa ser sempre assim. As edificações antigas são páginas da biografia da cidade que vêm sendo arrancadas diariamente. A maioria das construções da época da inauguração de Belo Horizonte, em 1897, é de estilo eclético. Nas décadas seguintes, movimentos como o art déco e o modernismo também influenciam a arquitetura daqui. Em nossas pesquisas, entrevistamos muitos proprietários e empresários apaixonados e nos demos conta de que, apesar das dificuldades para conservar seus imóveis, eles têm orgulho deles, fazendo questão de mantê-los de pé

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Na Rua Célio de Castro, uma sobrevivente do ano de 1911, número escrito no ponto mais alto de sua fachada, que tem adornos de referências vegetais, além de pequenas aberturas embaixo, para a ventilação do assoalho. (Crédito: Ivan Araújo)

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Esta casa na Rua Eurita exibe portões do século 19, que pertenciam aos Correios. A letra C dos gradis virou uma homenagem à esposa do dono, Conceição. (Crédito: Ivan Araújo)

Erguida um ano antes da inauguração da metrópole, em 1896, esta construção chama a atenção de quem passa na Rua dos Aimorés: portões, balaustrada e os ladrilhos da escada e do alpendre são originais. (Crédito: Ivan Araújo)

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