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Arquiteto discute cidades em canal do YouTube

Em vídeos de curta duração, Guto Requena conversa com importantes convidados sobre temas urbanos

Por Por Silvia Gomez
Atualizado em 9 set 2021, 13h43 - Publicado em 29 dez 2016, 14h00

Já em sua segunda temporada, o programa Design Hoje! (www.youtube.com/gutorequena), do arquiteto paulista Guto Requena em parceria com a Gafisa, explora um tema urgente e atual: a vida nas cidades. Com pequenas doses de três minutos, cada miniepisódio conta com um convidado, entre eles, o arquiteto Ruairi Glynn, diretor do Laboratório de Arquitetura Interativa da Bartlett School of Architecture, em Londres, que aparece no episódio sobre economia compartilhada, edifícios sustentáveis e novas interfaces. A seguir, leia uma entrevista exclusiva com Guto Requena sobre o projeto.

Arquitetura & Construção: Você chamou essa leva de vídeos de Cidade-se. Por que o tema?

Guto Requena: A ideia central foi ampliar a escala do design para tratar da cidade e do que podemos fazer para melhorar nossa qualidade de vida. Arte pública, mobilidade, ocupação de áreas abandonadas, fechamento de avenidas para carros e abertura para pessoas. Escolhas importantes que irão definir nosso futuro. Não podemos esperar o poder público resolver tudo, é necessário agir mais, ocupar, retomar o que nos pertence: a rua. É preciso hackear a cidade. Tive o prazer de conversar com pessoas admiráveis, sintonizadas com tempos melhores.

A&C: O que te marcou nessas entrevistas?

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GR: O arquiteto Guilherme Wisnik perguntou: “Qual a cidade na qual queremos morar?” Está em nossas mãos decidir isso e entender a importância de abandonar a cultura do medo para escolher um modelo mais coletivo e fraterno.

A&C: Como analisa as últimas eleições e as novas propostas?

GR: Em São Paulo, por exemplo, a gestão do prefeito Fernando Haddad está longe de ter sido perfeita, mas foi uma das melhores em termos de cuidado urbano ao criar ciclofaixas e corredores de ônibus. Foi uma transformação cultural, acima de tudo. Algo simbólico acontece quando se leva uma criança para uma avenida como a Paulista fechada, num domingo, onde pode-se conviver com as diferenças e aprender que  a rua é nossa. Espero que a nova gestão exerça o diálogo e não volte a priorizar a vida no carro, nos condomínios fechados e nos shoppings.

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A&C: Qual o papel do arquiteto numa era de metrópoles tão complexas?

GR: O designer urbano será mais importante do que nunca. Vamos enfrentar desafios gigantes como falta de espaço, catástrofes naturais, poluição, mobilidade e problemas de moradia. O modelo latino-americano de cidade segregada, separando ricos e pobres, deverá ser revisto. É vital ter mais cursos de urbanismo formando profissionais envolvidos com mobiliário público, comunicação visual, calçadas e praças. As novas tecnologias digitais serão parceiras fundamentais nesse processo.

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