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3 perguntas para o arquiteto Djamel Klouche

O profissional revela suas propostas de urbanismo para a Cidade Luz

Por Por Lucila Vigneron Villaça
Atualizado em 9 set 2021, 13h31 - Publicado em 26 jan 2017, 18h34

Diretor do escritório l’AUC, Djamel Klouche e sua equipe são os mais jovens arquitetos a participar do projeto Grand Paris, iniciativa para desenvolver a região metropolitana de Paris, especialmente os subúrbios. Em suas propostas, mantém um olhar genuinamente voltado para as pessoas.

Nascido na Argélia, o arquiteto Djamel Klouche vive desde 1984 na capital francesa. (Foto: Divulgação)

De que se trata o Grand Paris?

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O governo da França promoveu em 2008 um concurso internacional de arquitetura e urbanismo para a área metropolitana. Nossa equipe foi escolhida para ser uma das dez gerenciadoras de grupos multidisciplinares que vão sugerir soluções para a cidade nos próximos 40 anos. O interessante é que não apresentamos nenhum projeto, apenas ideias e questões.

Como assim?

Para mim, fazer um projeto para 20 milhões de cidadãos é algo genérico. Não estaremos olhando para as diferentes dinâmicas de cada bairro ou comunidade. Então, o que buscamos é cruzar informações, entrevistar pessoas, analisar situações similares no exterior. No mundo todo, há uma divisão entre os desejos dos governantes, dos agentes econômicos e dos habitantes. O que tentamos fazer é conectá-los. Observamos como funciona a dinâmica local e tentamos ligá-la a uma visão global.

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“OS PROBLEMAS DA GRANDE PARIS SÃO OS MESMOS DESDE O SÉCULO 19: MORADIA E MOBILIDADE” 

Que soluções vocês imaginaram para os subúrbios de Paris? 

Com o Grand Paris, 200 km novos de metrô serão construídos. Isso ajudará muito na mobilidade, mas não basta. Sugerimos desenvolver uma rede de deslocamentos que envolva bicicletas e táxis coletivos. A ligação com as estações deve ser feita de forma ágil e fácil, para que as pessoas percebam-se conectadas à metrópole, que hoje sentem como exclusiva para quem tem dinheiro e mora nos melhores bairros. Outra ideia é aproveitar a infraestrutura existente nos subúrbios – indústrias abandonadas, por exemplo – e criar bairros híbridos, com universidades, casas, comércio e atrações culturais. Um local para morar, comprar, estudar,

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