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Reforma traz opções sustentáveis para sobrado paulistano

A obra incorporou sistemas de energia fotovoltaica e manejo de água, além de manter o jardim totalmente permeável

Por Marianne Wenzel (texto) e Mayra Navarro (visual)
Atualizado em 9 set 2021, 12h11 - Publicado em 12 jan 2018, 17h00

Antes vivendo cada um em seu endereço, os donos deste sobrado paulistano iam, em princípio, continuar assim – ela permaneceria em seu apartamento e ele apenas trocaria de CEP, depois de concluída a reforma do casarão. Ainda na fase de projeto, os planos mudaram, e os dois resolveram montar aqui a primeira morada juntos.

A nova fachada em nada lembra o estilo toscano da antiga, apesar de a casa ter preservado as feições de linhas retas e o desenho do telhado. Em harmonia com os tijolos descascados, o vermelho queimado colore todos os muros, criando um fundo que destaca o paisagismo. (Divulgação/Cacá Bratke)

Sintonizados em questões do corpo e do espírito (ambos cultivam uma vida saudável, praticam ioga e têm clareza do impacto ambiental que uma residência é capaz de causar), logo decidiram investir em sistemas que minimizassem a pegada ecológica da construção. Indicado ao proprietário por um amigo em comum, o arquiteto André Vainer começou por aproveitar o máximo possível da sólida estrutura existente. “Precisamos fazer reforços nas fundações e inserir vigas e pilares metálicos, que nem sempre estão aparentes. Mas mantivemos toda a casca da casa, bem como parte da laje e a estrutura do telhado”, explica André.

Intercalada com grama, a pedra mineira desenha caminhos sem impermeabilizar o solo. Nesta fachada, estão visíveis três das 18 placas fotovoltaicas postas no telhado, aproveitando a insolação das faces norte e nordeste (Divulação/Cacá Bratke)

Os tijolinhos originais, agora expostos e apenas retocados onde a argamassa estava falha, são testemunha dessa intenção, levada a cabo com sucesso e beleza. No meio da obra, como costuma acontecer, houve uma reviravolta. Ao verem no local o que viria a ser a sala ainda sem parte do teto (pois a laje do andar de cima estava passando por intervenções estruturais), os clientes vislumbraram um living com pé-direito duplo e mezanino – e abriram mão do quarto previsto ali. A planta, então, ficou ainda mais sob medida para o momento atual do casal. “Estamos vivendo aqui há quase um ano, satisfeitos com essa decisão. Especialmente porque sabemos que ela é totalmente reversível”, fala Flávia Maia, a moradora.

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O projeto de arquitetura tratou a biblioteca com carinho, pois o proprietário é apaixonado por livros. Na mudança, ele se desfez de muitos, e agora a maioria se concentra nesta única estante de cerca de 5 m de comprimento. Com a abertura do mezanino, aumentou seu destaque na casa. (Divulgação/Cacá Bratke)

Definitivas são as medidas tomadas no projeto e na obra para implantar sistemas de energia solar e reúso de água. “Eles suprem a edificação em cerca de 80% de suas necessidades de consumo em ambas as frentes”, calcula Rafael Seibl, da Positiva, consultoria encarregada dessas especificidades. Sábio é o casal que consegue conciliar, no meio de um processo tão complexo como uma reforma, as vontades de curto prazo e as decisões para o futuro.

O living com pé-direito duplo entrou na pauta durante a obra, quando os clientes viram a paisagem do bairro, com suas altas palmeiras, através das aberturas realizadas na laje para o reforço estrutural.
Foi a deixa para abrir tudo naquele ponto. O assoalho de peroba-mica foi fornecido pelo Studio N Mobili Design. Sofá e manta da Codex Home, cadeiras de balanço e poltrona da Isto é Brasil. (Divulgação/Cacá Bratke)
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