Reforma cria novo andar e traz luminosidade à casa de vila
Original dos anos 40, a residência paulistana foi restaurada por fora e praticamente reconstruída por dentro
A farta iluminação natural foi determinante para que o investidor em tecnologia Casé Pires alugasse este endereço de 132 metros quadrados em São Paulo. Sorte do rapaz, pois, tempos antes, uma reforma avassaladora preservara somente a charmosa casca do imóvel a fim de deixá-lo claro e espaçoso, como se vê atualmente.
Naquela época, quando a casa de vila era escura e acanhada e Casé ainda não fazia parte de sua história, derrubar divisórias, reorganizar os ambientes e trocar os acabamentos era insuficiente para resolver a falta de luz. Tampouco permitiria ampliar a morada com uma configuração da década de 40.
Para não descaracterizar a fachada e preservá-la como suas 19 vizinhas, o casal de arquitetos Beatriz Nachtergaele e Baldomero Navarro, do NNarq, decidira não acrescentar nenhum pavimento superior, nem mexer na cobertura. Após se debruçar sobre as limitações do lote estreito, de 4,9 x 15 metros, a dupla optou por retirar da terra, literalmente, a solução para todos os inconvenientes.
“Escavamos 1,7 metros para descer a casa meio-nível e ganhar o pavimento onde fizemos home theater, lavabo, cozinha, lavanderia e sala de jantar”, explica Baldomero. Porém, só a escavação não bastava: foi necessário redistribuir a altura total da construção de modo que o novo andar e o térreo ficassem com pé-direito de 2,6 metros.
Já no pavimento superior, o vão alcança 4,20 metro no ponto mais alto – tamanha amplitude surgiu ao eliminar-se o estuque que nivelava o teto e escondia o telhado. Todas essas modificações exigiram nova sondagem do terreno, o reforço dos alicerces e a adição de estrutura metálica complementar, além de atenção a outras minúcias da obra, concluída em um ano e meio.
“Planejamos até um tipo de laje que termina a 20 centímetros das paredes laterais, deixando brechas para a passagem de luz”, conta Baldomero. Hoje, Casé usufrui dos ambientes como se tivessem sido pensados conforme seu estilo de vida.
É no pavimento térreo, onde sala de estar e varanda se integram, que ele mais fica. “É uma delícia manter as portas abertas e ter espaço livre para receber os amigos e a família”, diz o morador, que contou com a colaboração do amigo e designer de interiores Luiz Fernando Cícero para selecionar móveis, tapetes e obras de arte. “Ele entrou com cores pontuais, deixando tudo ainda mais acolhedor, definitivamente com a minha cara.”