Continua após publicidade

Pedra é destaque dentro e fora da casa

Com vãos generosos e poucas divisórias, esta residência em Brasília dialoga com a arquitetura pura e a horizontalidade características da cidade

Por Por Deborah Apsan (visual) e Silvia Gomez (texto) | Projeto Valéria Gontijo [+] Studio de Arquitetura
Atualizado em 9 set 2021, 13h59 - Publicado em 21 jul 2016, 19h40

Esta casa tem um nome: foi chamada de Pedra pelas arquitetas Valéria Gontijo, Isabela Moura e Isabela Valença, do Valéria Gontijo [+] Studio de Arquitetura, responsável pelo projeto de 920 m² num lote privilegiado, de 800 m², em Brasília. São os cortes brutos de rocha moledo, cuidadosamente alinhados nos principais paredões do térreo, os responsáveis pelo ar caloroso da residência, pensada originalmente para um casal com duas crianças. “Eles desejavam linhas retas e poucos limites entre os ambientes. O revestimento rústico foi essencial como contraponto para marcar a fachada e as paredes internas do estar, trazendo o acolhimento necessário”, justifica Isabela Moura.

A escolha não resulta visualmente pesada diante da amplitude de espaços e da integração dentro e fora, qualidades viabilizadas pelos vãos generosos. “O desafio era criar essas grandes aberturas sem a interferência de pilares, por isso a estrutura de concreto armado robusta, com vigas protendidas. Além disso, executamos testeiras [vigas superiores] menores para as fachadas, elementos que reforçam a sensação de horizontalidade do conjunto.” Essa calculada geometria é também trabalhada na implantação, estabelecida em dois volumes perpendiculares – o dos quartos, em cima, parece apoiado sobre o de baixo, dedicado aos ambientes sociais e de lazer, voltados para a piscina. “Foi importante criar um espaço gourmet externo totalmente vinculado ao restante da casa. Como o terreno tinha 20 m de largura e teríamos de respeitar os afastamentos obrigatórios impostos pela legislação de Brasília – de 3 m em uma das laterais e na frente e de 5 m nos fundos –, esse jogo permitiu separar melhor os cômodos que deveriam ficar privados”, complementa Isabela Moura.

Mas, se a cidade impõe algumas restrições ao desenho, também oferece motivos de inspiração. “Ela é sem dúvida estimulante para a nossa profissão. Sua arquitetura moderna revela as possibilidades construtivas da época, o que também procuramos transpor às nossas obras hoje, mas sem abandonar novas pesquisas e tecnologias”, compara Valéria Gontijo.

Publicidade