
O espaço reservado ao auditório teve de ser escavado para se adequar às necessidades de uso. O tratamento do teto ganhou placas de MDF curvas e soltas, medida para obter melhor qualidade de som. (Divulgação/MCA Estúdio)
Rua da Carioca, número 38, Centro, Rio de Janeiro. A fachada com influência mourisca é velha conhecida da região. “O primeiro documento da casa é de 1915, mas acreditamos que seja anterior a isso”, conta a arquiteta do Ateliê de Arquitetura Anna Backheuser, autora da reforma ao lado de Alfredo Britto e João Pedro Backheuser.
Pensado para abrigar um local voltado ao ensino, prática e produção do choro, o projeto precisou rever completamente sustentação e divisões. “A implantação do programa exigiu a retirada dos elementos internos remanescentes e em estado de degradação e a introdução de uma estrutura metálica independente, solta das alvenarias originais – quase um edifício dentro do outro.”

Internamente, os materiais se alternam: paredes brancas ao lado de trechos com o tijolinho, forro de pinho-de-riga de demolição, estrutura de ferro pintada na cor goiaba e piso de concreto moldado na obra. (Divulgação/MCA Estúdio)
Ali, paredes descascadas revelaram tijolinhos e novos patamares criaram andares intermediários. Lá fora, aberturas e esquadrias de madeira com gradil de ferro mantêm intacta a inspiração primeira do prédio de três andares, instalado em um terreno de 10 x 21 metros.

O imóvel de 980 m² exibe fachada com 15 m² de altura (Divulgação/MCA Estúdio)
“Fizemos uma prospecção da fachada para recompô-la o mais fielmente possível, inclusive a cor. As telhas francesas foram retiradas e postas de volta com o mesmo caimento e o lanternim.”
Um pequeno auditório no térreo acolhe as apresentações que agora enchem de música e alegria o entorno. “É importante cuidar dos exemplos dos diversos estilos arquitetônicos que vão aparecendo ao longo dos anos, mas preservar também significa manter o imóvel ativo”, afirma Anna.
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