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Sobrado dos anos 40 ganhou reforma e muita cor

Submetida a uma transformação, a residência em São Paulo teve sua configuração atualizada – e invertida – para se adequar aos novos tempos

Por Renato Bianchi
Atualizado em 9 set 2021, 10h46 - Publicado em 14 jun 2018, 10h45

Do sobrado original dos anos 40 na Zona Sul paulistana restou apenas o esqueleto. E olhe lá. Ao ser eleito pelo jovem casal como futura morada, o deteriorado imóvel geminado de 120 metros quadrados impunha à dupla de novos proprietários um grandioso desafio: bancar intervenções radicais, da fundação à estrutura, capazes de atualizar a construção. Tudo para que eles pudessem desfrutar de uma casa mais aberta, iluminada, flexível e fluida.

O grafismo da fachada conjuga elementos geométricos e tons primários, valorizando a relação entre cor e forma. (Pedro Napolitano Prata/Pedro Napolitano Prata)

A proposta dos arquitetos Marco Artigas e Sheila Altmann, responsáveis pela empreitada, inverteu a distribuição original do imóvel. Assim, a cozinha, antes nos fundos, migrou para a entrada, passando a integrar a área de convivência com as salas de jantar e de estar.

A área social recebeu piso de cimento queimado, o que criou uma base neutra pontuada por tonalidades vivas. Mesa de jantar, cadeiras, poltrona azul, pufe e almofadas de Fernando Jaeger. (Pedro Napolitano Prata/Pedro Napolitano Prata)

“Para tanto, quase todas as paredes do térreo, bastante compartimentado, vieram abaixo”, explica Sheila. A remoção das divisórias demandou o escoramento da laje do andar superior – a estrutura precisou ser fortalecida com uma nova malha de perfis metálicos. “Tivemos que reforçar a fundação lançando mão de sapatas na base de cada pórtico metálico instalado”, ressalta Marco.

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A circulação ficou concentrada no lado direito da casa, no eixo da porta de entrada. (Pedro Napolitano Prata/Pedro Napolitano Prata)

A escada também foi revista a fim de dialogar com o novo ambiente social, aberto para um pequeno quintal. “Esse pátio surgiu intimamente conectado com a sala por meio de uma porta de correr e da esquadria com panos de vidro de diversos tamanhos e formatos”, diz a arquiteta. A ideia era oferecer o máximo de luz natural ao interior.

A fim de unificar os cômodos do térreo e aumentar a área do primeiro andar, a escada foi reposicionada, ocupando parte do antigo quintal. A nova versão leva uma viga central tubular de metal e degraus de cumaru. A pintura com tinta esmalte é a mesma dos perfis metálicos (Suvinil, ref. Crisântemo Amarelo). (Pedro Napolitano Prata/Pedro Napolitano Prata)

Lá fora, a colocação de piso drenante e grama aumentou para 40% o trecho permeável do terreno. A edícula, antes utilizada como quarto de serviço, foi reduzida e dividida para comportar uma lavanderia e um lavabo externo, iluminados zenitalmente.

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A esquadria de alumínio (Alusil) entre as áreas interna e externa alterna panos fixos de vidro temperado de 5 mm e janelas máximo-ar. A porta de correr opera com três folhas também de vidro temperado de 5 mm. Uma cobertura de policarbonato apoiada em perfis metálicos protege a sala em dias de chuva, mesmo quando tudo está aberto. Piso drenante da Intercity. (Pedro Napolitano Prata/Pedro Napolitano Prata)

Uma vez resolvido o quebra-quebra, vieram as tintas, pensadas num esquema original que contagiou os vizinhos e os levou a pintar suas fachadas inspirados pelas tonalidades do projeto. Não à toa, o sobrado ganhou no bairro o apelido de Casa Mondrian, alusão ao pintor holandês identificado por blocos de cores primárias emoldurados por linhas e distribuídos de forma assimétrica.

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