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Espaços integrados trouxeram mais luz a este projeto

O projeto atual não lembra em nada o passado deste apartamento em São Paulo

Por Cristiane Teixeira
Atualizado em 22 nov 2022, 01h44 - Publicado em 18 jan 2018, 10h00

Pronto para reformar. Assim era o apartamento desejado pelo jovem casal. “Depois de um tempo procurando – e foram dois anos no total –, nós passamos a olhar para as opções questionando: ‘O que a gente consegue fazer com isso?’”, conta Francisco Veloso, português que mora e trabalha no Brasil desde 2011. Sendo ele arquiteto e ela, Andrea Bandoni, arquiteta e designer, o raciocínio foi produtivo. “A gente observava o potencial dos imóveis, se tinha luz natural e ventilação. Via as paredes e imaginava a área sem elas”, completa a moça.

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Elemento que confere personalidade ao lugar, a divisória de ferro exigiu um bocado de planejamento. Era impossível alinhar todas as suas partes em um único trilho. O jeito foi criar dois conjuntos de folhas e combinar os desenhos delas a fim de que, quando recolhidas, formassem um bonito padrão vazado. Entre os dois conjuntos, nasceu este hall – onde o vistoso filodendro ladeia a porta do novo lavabo (Maíra Acayaba/Maíra Acayaba)

Quando se depararam com este apartamento de 96 m², eles souberam que a busca terminara. Enquanto a burocracia da compra se desenrolava, levantaram todas as medidas da construção e orçaram mão de obra e materiais. Duas semanas após fechar o negócio, tinham o projeto básico pronto e a reforma, que duraria quatro meses, começava. A demolição – nada irrelevante – deu origem a um espaço que integra escritório, sala, cozinha e lavanderia.

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Ao unir o escritório à sala, os moradores mantiveram o guarda-roupa embutido, mas renovaram seu visual. As portas antigas aterrissaram sobre cavaletes, convertendo-se em despojadas mesas de trabalho e de jantar. Já o armário mereceu painéis de correr pintados de esmalte preto fosco, uma grande lousa franqueada a desenhos e anotações. (Maíra Acayaba/Maíra Acayaba)

É possível alterar sutilmente os contornos desse amplo ambiente tirando partido de divisórias vazadas, fechadas com um toldo removível. Elas dão a liberdade de transformar o home office em quarto de hóspedes, de camuflar o acesso aos dormitórios e de ocultar o trecho da cozinha onde fica a geladeira. Da dança da redistribuição resultaram, ainda, um lavaboe um banheiro generoso. “Nós poderíamos ter feito uma suíte, mas para quê? Somos só nós dois aqui e quem frequenta a casa são basicamente os amigos”, argumenta o rapaz. Mas nem sempre.

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A luz farta nutre samambaias, jiboias, roseiras, cactos e suculentas. Aproveitando o pé-direito avantajado, os vasos dominam o ponto mais alto daestante de concreto pintado de branco com portas corrediças de madeira. “Saiu mais barato combinar os dois materiais, mas foi difícil moldar superfícies planas onde embutir os trilhos”, afirma Francisco. (Maíra Acayaba/Maíra Acayaba)

Ao pensarem a planta, ele e a mulher sabiam que trabalhariam em casa – principalmente Francisco –, porém não consideraram receber clientes. Isso já aconteceu algumas vezes e foi de modo natural, segundo o arquiteto: “É um jeito de mostrar que acreditamos naquilo que sugerimos. Porque essas soluções espaciais integradoras reduzem um pouco a privacidade, mas têm tudo a ver com o momento atual do mundo, em que trabalho, lazer e vida íntima se misturam”.

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Ele ganhou superfícies de mármore branco espírito santo e ficou mais estreito
e comprido, abocanhando o banheirinho de serviço e, assim, alcançando a fachada. Resultado: conquistou uma janelinha para o exterior do prédio. Entretanto, radical mesmo foi prolongar o trecho final da parede pintada de verde (Suvinil, ref. Brisa da Montanha) não com tijolos, mas com um painel translúcido que dá para a lavanderia . (Maíra Acayaba/Maíra Acayaba)
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