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Casa-varanda em Ilhabela tem cores suaves e muita iluminação

Ambientes vastos cercados de vidro e simplicidade rústica com paleta de texturas do sul da França sem deixar de lado os confortos da vida moderna

Por Deborah Apsan (visual) e Simone Raitzik (texto)
Atualizado em 9 set 2021, 10h33 - Publicado em 5 jul 2018, 09h30

A arquitetura caiçara típica de Búzios, no litoral fluminense, com a paleta de tons lavados e o aconchego da Provença francesa. Um visual com o clima pé na areia, simples, claro, arejado e relaxante. Foi assim que o proprietário – um executivo paulista apaixonado por barcos – definiu a ideia de como seria seu refúgio de praia para o arquiteto carioca Mauro Cid. Na verdade, mais do que explicar com palavras o que desejava, ele mostrou ao profissional uma matéria publicada nesta ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO há cerca de cinco anos. Nas páginas da revista, via-se um outro projeto desenhado pelo próprio Mauro na praia de Manguinhos, em Búzios.

Entre o verde do mar da Praia de Santa Tereza e o da vegetação nativa, surge a casa com seus tons de branco e azul. (Cacá Bratke/Divulgação)

O futuro cliente havia guardado as imagens com carinho. Afinal, traduziam exatamente o que ele imaginava como um canto de sonho junto ao mar. O processo exigia reformar a propriedade dos anos 70 recém-adquirida na Praia de Santa Tereza, em Ilhabela, no litoral paulista. “Era importante que o visual privilegiasse materiais básicos como madeira, cimento e muito vidro e que a construção fosse transparente, convidando a paisagem em todos os ambientes”, define Mauro. O branco prevaleceu no teto e nas paredes, mas as esquadrias de angelim-pedra ganharam um suave tom de azul.

“Quando assumida em sua aparência natural, a madeira aparece praticamente sem tratamento e rústica, remetendo a uma cabana de pescador.” Como já havia uma edificação no terreno que despenca 6 m em direção ao mar, foi primordial analisar quais partes seriam mantidas e quais viriam abaixo. Após rigorosa avaliação do imóvel, Mauro preferiu partir do zero. “Só sobrou a laje de concreto do piso do estar e a estrutura de pilotis que a sustenta”, revela. Em cima dessa base, ele concebeu um acesso que leva da garagem à ala social e, embaixo, concentrou o trecho de lazer colado em um deck generoso debruçado sobre as águas.

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No deck de cumaru acinzentado pela ação do tempo, surgiu um estar de 5 x 9 m a céu aberto. Aqui, os pilares foram revestidos de tijolinhos pintados de branco, ênfase no clima simples e relaxante da casa. (Cacá Bratke/Divulgação)

“É onde todos se reúnem e preparam uma saborosa peixada no fim das tardes. No mesmo patamar, nasceu ainda um alojamento completo para hóspedes, o que dá privacidade aos donos”, detalha Mauro, que, na nova obra, usou um mix de estrutura metálica (pilares e vigas para vencer o vão de 8 m da janela do estar, no andar de cima) e maçaranduba nos pilares, vigas e cobertura restantes. Fã de velejar, o proprietário não fez questão de manter a piscina. Para ele, era mais importante ter, próximo à praia, uma garagem para os barcos. “A residência ficou prática e sob medida para o uso da família, com escolhas de fácil manutenção. Todos os ambientes têm vida e o astral é uma delícia para ficar totalmente à vontade, o dia inteiro”, arremata o arquiteto.

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