Casa-varanda em Ilhabela tem cores suaves e muita iluminação
Ambientes vastos cercados de vidro e simplicidade rústica com paleta de texturas do sul da França sem deixar de lado os confortos da vida moderna
Por Deborah Apsan (visual) e Simone Raitzik (texto)
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5 Jul 2018, 17h46 - Publicado em 5 Jul 2018, 09h30
Um espaço único e integrado comporta os ambientes de estar e convivência, onde o piso é de cimento queimado tingido de branco, feito na obra e sem juntas aparentes
(execução da Preo Engenharia). A cozinha se resume à bancada junto à parede, com armários desenhados pelo arquiteto Mauro Cid e executados pela Marcenaria Julio Awagakubo. O azul das portas e esquadrias de madeira é um esmalte sintético à base d´água (Suvinil, ref. Céu Sereno). (Cacá Bratke/Divulgação)
A arquitetura caiçara típica de Búzios, no litoral fluminense, com a paleta de tons lavados e o aconchego da Provença francesa. Um visual com o clima pé na areia, simples, claro, arejado e relaxante. Foi assim que o proprietário – um executivo paulista apaixonado por barcos – definiu a ideia de como seria seu refúgio de praia para o arquiteto carioca Mauro Cid. Na verdade, mais do que explicar com palavras o que desejava, ele mostrou ao profissional uma matéria publicada nesta ARQUITETURA & CONSTRUÇÃO há cerca de cinco anos. Nas páginas da revista, via-se um outro projeto desenhado pelo próprio Mauro na praia de Manguinhos, em Búzios.

Entre o verde do mar da Praia de Santa Tereza e o da vegetação nativa, surge a casa com seus tons de branco e azul.
Entre o verde do mar da Praia de Santa Tereza e o da vegetação nativa, surge a casa com seus tons de branco e azul. (Cacá Bratke/Divulgação)
O futuro cliente havia guardado as imagens com carinho. Afinal, traduziam exatamente o que ele imaginava como um canto de sonho junto ao mar. O processo exigia reformar a propriedade dos anos 70 recém-adquirida na Praia de Santa Tereza, em Ilhabela, no litoral paulista. “Era importante que o visual privilegiasse materiais básicos como madeira, cimento e muito vidro e que a construção fosse transparente, convidando a paisagem em todos os ambientes”, define Mauro. O branco prevaleceu no teto e nas paredes, mas as esquadrias de angelim-pedra ganharam um suave tom de azul.
“Quando assumida em sua aparência natural, a madeira aparece praticamente sem tratamento e rústica, remetendo a uma cabana de pescador.” Como já havia uma edificação no terreno que despenca 6 m em direção ao mar, foi primordial analisar quais partes seriam mantidas e quais viriam abaixo. Após rigorosa avaliação do imóvel, Mauro preferiu partir do zero. “Só sobrou a laje de concreto do piso do estar e a estrutura de pilotis que a sustenta”, revela. Em cima dessa base, ele concebeu um acesso que leva da garagem à ala social e, embaixo, concentrou o trecho de lazer colado em um deck generoso debruçado sobre as águas.

No deck de cumaru acinzentado pela ação do tempo, surgiu um estar de 5 x 9 m a céu aberto. Aqui, os pilares foram revestidos de tijolinhos pintados de branco, ênfase no clima simples e relaxante da casa.
No deck de cumaru acinzentado pela ação do tempo, surgiu um estar de 5 x 9 m a céu aberto. Aqui, os pilares foram revestidos de tijolinhos pintados de branco, ênfase no clima simples e relaxante da casa. (Cacá Bratke/Divulgação)
“É onde todos se reúnem e preparam uma saborosa peixada no fim das tardes. No mesmo patamar, nasceu ainda um alojamento completo para hóspedes, o que dá privacidade aos donos”, detalha Mauro, que, na nova obra, usou um mix de estrutura metálica (pilares e vigas para vencer o vão de 8 m da janela do estar, no andar de cima) e maçaranduba nos pilares, vigas e cobertura restantes. Fã de velejar, o proprietário não fez questão de manter a piscina. Para ele, era mais importante ter, próximo à praia, uma garagem para os barcos. “A residência ficou prática e sob medida para o uso da família, com escolhas de fácil manutenção. Todos os ambientes têm vida e o astral é uma delícia para ficar totalmente à vontade, o dia inteiro”, arremata o arquiteto.
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1/13 (Cacá Bratke/Divulgação)
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2/13 Um espaço único e integrado comporta os ambientes de estar e convivência, onde o piso é de cimento queimado tingido de branco, feito na obra e sem juntas aparentes(execução da Preo Engenharia). A cozinha se resume à bancada junto à parede, com armários desenhados pelo arquiteto Mauro Cid e executados pela Marcenaria Julio Awagakubo. O azul das portas e esquadrias de madeira é um esmalte sintético à base d´água (Suvinil, ref. Céu Sereno). (Cacá Bratke/Divulgação)
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3/13 Eis a área de lazer, onde um bar informal conecta uma segunda cozinha, de apoio, ao deck de cumaru. O banco da mesma madeira faz as vezes de guarda-corpo. (Cacá Bratke/Divulgação)
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4/13 Bem próximo ao mar e oferecendo apoio para quem dá um mergulho, outro deck generoso (3,50 x 6 m) funciona como uma varanda à sombra do jambolão centenário preservado no terreno de 1 021 m². (Cacá Bratke/Divulgação)
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5/13 Na suíte maior, portas largas de correr de angelim-pedra dão acesso à varanda. Repare, na lateral, no gradil vazado de madeira: ele deixa entrar ar quando tudo está fechado. O guarda-corpo, também de angelim-pedra pintado, tem fios de cabo de aço revestidos de PVC. (Cacá Bratke/Divulgação)
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6/13 O vão envidraçado de cerca de 8 m, sem pilares aparentes, se apoia em uma viga metálica junto ao teto – ela foi forrada com tábuas de madeira lavrada. A estrutura de maçaranduba da cobertura e o lambri de angelim-pedra que reveste a parte interna do telhado de quatro águas ficam aparentese foram tingidos de esmalte branco à base d´água. (Cacá Bratke/Divulgação)
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7/13 No deck de cumaru acinzentado pela ação do tempo, surgiu um estar de 5 x 9 m a céu aberto. Aqui, os pilares foram revestidos de tijolinhos pintados de branco, ênfase no clima simples e relaxante da casa. (Cacá Bratke/Divulgação)
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8/13 Para vencer o desnível de 3 m dos pilotis à garagem náutica, foi construída uma escadaria externa forrada de mosaico de pedra são tomé. Uma rampa com este mesmo material liga a garagem de automóveis ao piso principal, onde fica a área social, facilitando a chegada com malas e mantimentos e também o deslocamento do irmão cadeirante do proprietário. (Cacá Bratke/Divulgação)
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9/13 Cercando praticamente toda a área social, a varanda larga (1,45 x 11,80 m) ganhou piso de tábuas de cumaru tratadas apenas com uma demão de seladora para exibir o efeito de demolição. (Cacá Bratke/Divulgação)
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10/13 Entre o verde do mar da Praia de Santa Tereza e o da vegetação nativa, surge a casa com seus tons de branco e azul. (Cacá Bratke/Divulgação)
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11/13 No banheiro com farta claridade, a luz dasarandelas rebate no forro. Destaque para o móvel da bancada desenhado pelo arquiteto e o espelho que pende do teto em frente às amplas janelas. (Cacá Bratke/Divulgação)
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12. Casa-varanda em Ilhabela tem cores suaves e muita iluminação
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12/13 Na entrada, a porta dupla de madeira maciça com réguas verticais garante o acesso ao pavimento principal, onde ficam as salas e a suíte maior, além de um quarto de hóspedes. Amplo e sem pilares aparentes, o ambientesocial funciona como uma grande varanda voltada para a mata e o mar, cercada de painéis de vidro. (Cacá Bratke/Divulgação)
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13. Casa-varanda em Ilhabela tem cores suaves e muita iluminação
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13/13 Acompanhando a escalada do terreno, a construção se beneficia da vista em praticamente todos os cômodos. No térreo, ficam a sala de estar e duas suítes. Embaixo, a área de lazer se aproveita de um amplo deck-mirante (Campoy Estúdio/Divulgação)