Casa de fazenda restaurada traz à tona memórias da infância
Aos 123 anos, a residência guarda as boas lembranças das gerações de uma mesma família. Atualizada, ela tem vigor para várias histórias mais
Por Deborah Apsan e Lucila Vigneron Villaça
Atualizado em 9 set 2021, 11h28 - Publicado em 15 mar 2018, 17h00
Só lembranças boas de toda uma vida permeiam os ambientes da sede desta fazenda em Orlândia, interior de São Paulo. Levantada em 1894 para abrigar a bisavó das atuais donas, permanece com a família até hoje.
Nas recordações das proprietárias, duas irmãs que frequentam o lugar desde pequenas, há muitas brincadeiras com os primos, dias de sol na piscina, liberdade para correr e um sem-fim de cavalgadas nas férias. “Sempre foi o ponto de encontro da família. Passamos – e continuamos passando – momentos maravilhosos aqui”, conta uma das herdeiras.
Essa grande ligação afetiva, unida ao uso constante das instalações para o lazer, fez com que as sucessivas gerações cuidassem da manutenção da fazenda – produtiva até hoje – ao longo do tempo.
Além de reformas, algumas benfeitorias foram acrescentadas à edificação principal, que nos anos 20 ganhou uma piscina na área do terreno bem ao lado da casa, e um terraço na fachada frontal na década de 40.
A cozinha também cresceu durante uma reforma encomendada pelos pais das atuais donas por volta de 1980, quando ainda alguns quartos se converteram em suítes.
Já à frente da fazenda, em 2011, a dupla procurou os arquitetos Gabriel Figueiredo e Newton Campos para uma nova intervenção.
Desta vez, entretanto, além das necessárias atualizações das instalações elétricas, hidráulicas e da modernização de alguns itens, as proprietárias queriam que a casa voltasse ao seu aspecto original, para reproduzir ao máximo a imagem conhecida na infância.
“A obra foi um grande trabalho de restauração: nos detivemos sobre cada detalhe; dos materiais usados como revestimento às esquadrias e móveis. Buscamos devolver à fachada sua configuração inicial, tanto visualmente quanto no uso”, lembra Gabriel.
Para essa empreitada, foram acionados marceneiros locais, capazes de recuperar as peças antigas de madeira e substituir por cópias fiéis as que estavam em mau estado.
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Além disso, uma família experiente nesse tipo de trabalho, a do mestre de obras, passou dois anos morando no local, com dedicação exclusiva.
Valeu o capricho: “Voltamos a enxergar o cenário da nossa infância, com a fachada cor-de-rosa e as janelas verdes. E, agora, adaptado para as novas gerações”, diz uma das donas, ansiosa para seus netos desfrutarem também de boas vivências nesse ambiente rural.