Casa de campo na Serra da Mantiqueira é um paraíso para relaxar
Quando começaram a construir esta casa com lindas vistas, generosa área de lazer e belos caminhos entre seus pavilhões a ideia dos moradores era desacelerar
Depois de anos trabalhando intensamente com turismo, o casal de empresários paulistanos decidiu reduzir os check-ins, as estadias em hotel e as horas perdidas pelos efeitos do jetlag. Percebeu que, enfim, havia chegado a hora de escolher um destino, aliviar as jornadas comerciais e construir a tão sonhada casa de campo. “Para curtir meus amigos, meus discos, meus livros e nada mais, como fala a música”, diz o proprietário, citando a canção eternizada na voz de Elis Regina. Cansados de aeroportos, escolheram uma localidade na Serra da Mantiqueira, próxima de São Paulo, arremataram dois lotes para transformar em um só e encomendaram um projeto ao arquiteto Gui Paoliello, ele mesmo frequentador assíduo da região.
“Meu primeiro conselho foi: comprem também, se possível, o terreno vizinho situado na cota de cima. Assim, ninguém terá vista para a área de lazer de vocês”, conta. O casal concordou e assim começou a nascer este refúgio – no qual, de fato, a área de lazer com piscina, deck, ofurô, sauna, cozinha aberta e um generoso terraço-jardim ganhou bastante peso. A união dos três lotes resultou numa propriedade com considerável variação topográfica: há 14 m de diferença entre o ponto mais baixo e o mais alto, fator que induziu uma ocupação em níveis. “Ao mesmo tempo, eu não quis fazer uma única edificação que concentrasse tudo, pois ela acabaria ficando enorme e destoaria demais dos vizinhos”, explica Gui. A solução, então, foi dispersar a morada em vários blocos que orbitam a área de lazer. Ato contínuo, as ligações entre esses blocos assumiram grande relevância.
São circulações ora internas ora externas, ora abertas ora fechadas, ora cobertas ora descobertas, por escadas, passarelas ou caminhos desenhados no jardim. “Sempre acreditei na importância do percurso para desfrutar da arquitetura”, afirma o autor do projeto. Quanto ao percurso São Paulo–Serra da Mantiqueira, ele ocorre com frequência, mas a balança segue pesando a favor da cidade. “Ainda não conseguimos diminuir o ritmo de trabalho. Estamos em processo, num caminho promissor”, fala o proprietário.