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Escada é a protagonista deste dúplex

A série de degraus foi o ponto de partida do projeto de reforma do apartamento de 73 m². Seu desenho complexo não só organiza como aproveita o espaço

Por Por Silvia Gomez
Atualizado em 9 set 2021, 13h50 - Publicado em 14 dez 2016, 16h00

O projeto do arquiteto Rodrigo Ohtake para este dúplex buscou questionar o que parece óbvio, a começar por ela – a escada. “Adoro desenhar escada. É um item meio poético, te leva de um nível a outro. Aqui, o trabalho se deu a partir de sua definição: onde ficaria e como seria, já que não havia a obrigação de um lugar específico na estrutura do imóvel”, diz Rodrigo. Com traçado linear, ela acompanha a parede lateral mais livre da planta, originalmente recortada. “Em apartamentos pequenos, a multifuncionalidade é um recurso para otimizar a área. Por isso, os degraus se desdobram, virando estante e também bancada de escritório, ao final.”

A reforma quebrou parte da laje para conquistar um trecho com pé-direito duplo (4,97 m de altura) na sala, solução que trouxe uma sensação mais arejada ao apartamento. Feita de concreto, a escada tem degraus engastados na parede, ajudados por pilaretes de reforço, camuflados por objetos e livros. (Foto: Fran Parente)

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O único quarto fica no andar de cima, resguardado pelo painel de vidro com cortina. Piso do tipo tecnocimento. (Foto: Fran Parente)

À mesma lógica multiúso atende outra solução sob medida, o móvel principal do estar, um sofá-mesa. “Imaginei um volume preto monolítico definindo sala e cozinha ao mesmo tempo. A ideia era conseguir resolver o espaço compacto com poucos elementos.” Repare como a peça foi arranjada diagonalmente, seguindo a orientação angulosa das janelas do imóvel.

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A cozinha, totalmente aberta, exibe armários de freijó (Marcenaria Casa 10 Planejados) e bancada de aço inox. O sofá-mesa nasce a partir do pilar que sobrou após as paredes caírem. No andar de cima, detalhe da fixação de inox da placa de vidro temperado laminado do quarto. (Foto: Fran Parente)

Nesta vista da sala de estar, a escada de concreto revela seu desenho híbrido, misto de degraus, prateleiras e bancada. Não há guarda-corpo, apenas um corrimão na parede para ajudar na subida. (Foto: Fran Parente)

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Uma terceira opção nada comum se deu no uso de tons – tetos em nuances escuras e diferentes e paredes brancas. “É um jeito bem contemporâneo de ter a cor presente, agregando os ambientes”. Assim, pouco fazem falta as paredes derrubadas na reforma. Até mesmo o único quarto, no andar superior, se vê aberto, protegido apenas por um painel de vidro fechado com cortina quando o casal de moradores se retira para dormir. 

Como os dois andares se comunicam visualmente, a ideia cria um jogo entre os níveis: embaixo, verde (Sherwin-Williams, ref. SW 6482) e, em cima, vinho (Sherwin-Williams, SW 6293). (Foto: Fran Parente)

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“Recortar parte da laje permitiu ganhar um trecho com pé-direito duplo, criando um ponto vazado na área social, o que de novo faz muita diferença em residências compactas”, ensina Rodrigo, que calculou esse respiro justamente à frente da escada escultórica, como se preparasse também um lugar para sua apreciação. Afinal, uma escada pode ser mais do que uma

óbvia sucessão de degraus. Basta desobedecer as instruções.

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Sem a divisória lateral, o dormitório parece maior, separado da escada apenas pelo painel de vidro temperado laminado (1,88 x 2,47 m), de cima a baixo. (Foto: Fran Parente)

Área: 73 m²; Obra: Oscar Toshio Kusaka/ OTK Construtuora; Marcenaria: Marcenaria Casa 10 Planejados (Ilustração: Campoy Estúdio)

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