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Copan 50 anos: conheça apê de 140 m²

Cartão-postal da maior metrópole do Brasil, o edifício Copan, obra do arquiteto Oscar Niemeyer, abriga 1160 apartamentos – entre eles, este de 140 m², inteiramente reformado para acolher o novo morador.

Por Por Joana Baracuhy (texto) e Deborah Apsan (visual)
Atualizado em 9 set 2021, 14h00 - Publicado em 27 Maio 2016, 18h26

O projeto surgiu sem esforço, rabiscado na toalha de papel de um endereço célebre de São Paulo, num encontro regado a muito Caju Amigo – o drinque igualmente famoso do extinto restaurante Pandoro. “Dali em diante, quase nada de fundamental foi alterado”, explica a paulistana Renata Pedrosa, autora da reforma em parceria com o colega Felipe Hess. A reunião aconteceu por encomenda de um jovem publicitário, já conhecido da dupla de arquitetos, que ali mesmo expressou seus desejos de maneira categórica: “Não quero uma casa calculadamente estilosa e arrumadinha”. Recado entendido. Como ele vivia sozinho, sem formalidades, não foi difícil captar o que imaginava. E também pareceu natural aos profissionais a ideia de eliminar todo o supérfluo do apartamento, erguido nos anos 50 e irreconhecível após sucessivas mudanças. “Nosso plano foi derrubar tudo. Só sobrou o que não podia cair: os pilares e o shaft central”, diz Felipe.

Um elemento chamou a atenção dos arquitetos desde a primeira visita ao local, antes mesmo da compra do imóvel, e ganhou importância já no primeiro esboço: “É impossível alguém entrar aqui e não grudar os olhos nesta vista estonteante. Mas, na outra fachada, o prédio tem lindos cobogós que ficavam escondidos”, explica Renata. Esse fator foi considerado no redesenho da moradia, que, praticamente sem paredes, passaria a contar com farta luz natural e ventilação cruzada. Ao examinar o forro, arquitetos e engenheiro encontraram vigas robustas no teto, pintadas e mantidas aparentes. Descascados, os pilares revelaram sua superfície irregular: também eles foram conservados à vista. Num único item o proprietário preferiu um material estranho ao conjunto, em busca de acolhimento. “Deixar tudo cru é ótimo, mas achei que piso cimentado seria demais. A madeira de demolição fez toda a diferença”, avalia, satisfeito com o equilíbrio alcançado após 11 meses de obra.

Tempos Modernos

Concluído em 1961, o Copan faz referência ao princípio da planta livre. O prédio traz alguns pilares alinhados com os caixilhos da fachada e, em certos andares (como neste), muitas das paredes não são estruturais – tudo para que os moradores possam localizar as divisórias onde queiram, conforme seu estilo de vida. Essa noção, tão cara aos arquitetos modernos, aparece reverenciada na versão atualizada do apartamento, em que praticamente apenas os pilares e o shaft, no meio do imóvel, foram preservados – determinando um corpo central em torno do qual se organizam os ambientes. A maioria dos espaços é fluida, com poucas paredes ou nenhuma divisória.

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Veja outro apartamento no Copan aqui. 

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