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A cidade e a arquiteta Magu Bueno

A idealizadora da incubadora São Paulo Lab ressalta a importância da ação do poder público e da população em prol dos centros urbanos

Por Carine Savietto e Cristiane Teixeira
Atualizado em 9 set 2021, 13h05 - Publicado em 19 abr 2017, 13h53

Com mestrado em desenho urbano pela Universidade de Columbia, a arquiteta Magu Bueno é fundadora da incubadora São Paulo Lab, que conecta cidadãos em torno de projetos para o bem comum. A profissional é a quarta das sete mulheres a compartilharem histórias de pequenas e grandes gentilezas urbanas.

Quais são os projetos da incubadora?
Em nosso primeiro ciclo de inovação, abrimos uma chamada criativa para receber sugestões de mobiliário portátil. A ideia surgiu porque, ao frequentar a Paulista Aberta aos domingos, percebi que as pessoas não tinham onde sentar. Pensei: que bacana seria se os cidadãos pudessem levar seu mobiliário a tiracolo para aproveitar um espaço público de lazer temporário!

Entre as propostas, escolhemos três: uma mochila que vira cadeira, um banco-tripé para carregar na bike e um móvel multiúso dobrável com rodinhas. Elas foram desenvolvidas e prototipadas em uma maratona de design e, os resultados, compartilhados na internet. Manuais de produção e vídeos permitem que qualquer pessoa reproduza os projetos.

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Em abril, em Santos, no litoral de São Paulo, desenvolvemos com uma comunidade local uma trituradora de galhos movida a pedaladas para facilitar a compostagem na horta comunitária.

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Estreia do Papa-Galhos na Baixada Santista. (Reprodução/Instagram)

Como a população e o poder público podem colaborar para a transformação das cidades?
Iniciativas de baixo para cima e de cima para baixo não são opostas, mas fundamentalmente complementares. Impossível imaginar que os cidadãos consigam, sozinhos, dar conta de todos os desafios de uma metrópole do porte de São Paulo, por exemplo.

Para que se crie um círculo virtuoso de transformação, essas duas maneiras de fazer precisam interagir: de um lado, por meio de uma maior participação da população nas decisões e intervenções que vêm de cima; de outro, com o poder público e a iniciativa privada estimulando.

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