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A cidade e a arquiteta Adriana Levisky

A urbanista engrossa o coro de profissionais que defendem menos muros e mais pontes nos municípios

Por Por Carine Savietto e Cristiane Teixeira
Atualizado em 9 set 2021, 13h06 - Publicado em 12 abr 2017, 17h17

Na busca por cidades mais gentis, Adriana Levisky, vice-presidente da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (AsBEA) de São Paulo, comenta como a construção de loteamentos e a comunidade são aspectos indissociáveis. Ela é a terceira entrevistada da série de profissionais mulheres às voltas com o urbanismo. Confira a visão da especialista sobre o tema.

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Arquitetura social: pensar o desenho urbano valendo-se de uma visão social é um ganho essencial. Quando se concebe um loteamento residencial, ou seja, um bairro novo, isso envolve a criação de ponto de ônibus, parque, escola – condições para a comunidade se sentir respeitada, acolhida, orgulhosa e, sobretudo, disposta a aprender novas relações com sua moradia. Se isso não acontece, o arquiteto faz um trabalho que, na melhor das hipóteses, precisará ser corrigido ou remediado pela ação social. Na pior, será abandonado ou sucateado pouco depois de ocupado.

Menos muros, mais pontes: enquanto a habitação de interesse social for pensada com a lógica dos condomínios murados, apartados da cidade, a inserção de seus moradores na vida urbana vai continuar dificultada. Esse arranjo afeta os laços sociais dessa população, que não se reconhece como parte da cidade.

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Parque Sabesp Cangaíba, em São Paulo. (Foto: Divulgação/ Sabesp)

Cenários reflexivos: a arquitetura pode abrir o diálogo com o cidadão comum, colocando em pauta questões como sustentabilidade, responsabilidade social… Isso também é uma forma de exercitar gentilezas urbanas. Na Praça Victor Civita, construída em um terreno contaminado, onde ficava um incinerador de lixo, a implantação do projeto como um museu a céu aberto convida a pensar: ‘Por que eu não posso passar desse ponto? Qual foi a minha responsabilidade nisso?’ Já em uma estação de tratamento de água que passa a ser também um parque, o visitante tem a chance de entender os processos e sua importância para a vida em comunidade.” 

(Foto: Reprodução/ Site da Prefeitura de São Paulo/ www.prefeitura.sp.gov.br)

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