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Coração de mãe: cinco minicasas formam espécie de vila particular

Graças a um projeto bem bolado, Inês Monguilhott poderá morar junto dos filhos e acolher agregados. Tudo isso em um lote com moradias de 22,60 m² cada

Por Texto: Marianne Wenzel | Reportagem Visual: Deborah Apsan
Atualizado em 9 set 2021, 13h01 - Publicado em 4 Maio 2017, 17h19

Numa caminhada pela Zona Oeste de São Paulo, a escritora Inês Monguilhott deparou com uma casa que lhe agradou. Tocou a campainha para saber quem era o arquiteto. “Pensei: o cabra que fez esse projeto tem competência”, recorda a pernambucana, gargalhando. “Acho que ela gostou dos materiais simples usados de um jeito criativo”, diz Fabio Marins, o autor do sobrado em questão. 

Inês posa na entrada de uma das três moradias já prontas – hoje, elas estão disponíveis para aluguel numa plataforma online de hospedagem. “Preciso juntar dinheiro para acabar a obra”, conta a pernambucana radicada em São Paulo. (Cacá Bratke/Cacá Bratke)

De fato, a habilidade do profissional na lida com recursos limitados foi decisiva para o sucesso deste miniempreendimento. “Inês havia encomendado estudos a outros arquitetos, mas um deles consumia toda a verba disponível só nas fundações”, recorda. Por isso, a primeira decisão de Fabio consistiu em mexer pouquíssimo no terreno, acomodando a construção ao longo do aclive.

A implantação das casas acompanha o aclive do terreno, estratégia para cortar gastos com terraplanagem. (Cacá Bratke/Cacá Bratke)


Além de fazer sentido economicamente, essa forma de implantação casou com duas premissas da cliente: a vontade de erguer uma espécie de vila, com cinco minicasas e dois grandes espaços comunitários (cozinha gourmet e jardim), e a necessidade de concluir uma parte da obra rapidamente para já ocupá-la. 

Assim surgiu a estrutura modulada de alvenaria autoportante, com as cinco moradias independentes em linha. “Uma para mim, uma para o meu filho, uma para a Eliete, que está comigo há 38 anos, uma para um futuro cuidador, porque daqui a pouco eu vou estar comendo aveia, e finalmente uma para minha filha, se ela quiser”, enumera a bem-humorada Inês.

A fim de resguardar a privacidade dos moradores, o arquiteto Fabio Marins especificou vidro pontilhado (All That Glass) para os basculantes. Na metade de cima da fachada, o painéis são comuns e fixos. A solução de serralheria, segundo ele, além de charmosa também colabora para a segurança: “Os vitrôs funcionam como grades”, explica. Trabalho da Serralheria Santos. (Cacá Bratke/Cacá Bratke)

As três primeiras unidades se concluíram ao longo do ano passado. As duas últimas esperam a injeção de capital necessária para as etapas de serralheria e marcenaria. 

E até para isso a estratégia do projeto colaborou: a dona resolveu alugar as três unidades prontas numa plataforma online de hospedagem para levantar os recursos que faltam. E, enquanto não junta todo mundo na Vila Pitanga, Inês banca a anfitriã com desenvoltura.

Confira todas as fotos do projeto na galeria a seguir.

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