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Casa estreita tem claridade de sobra, jardim e horta no telhado

Erguida entre prédios na região central de São Paulo, esta morada de apenas 5 m de largura devolveu ao morador o gosto de fazer parte do cotidiano da cidade

Por Lara Muniz (texto) e Mayra Navarro (visual)
Atualizado em 9 set 2021, 12h57 - Publicado em 12 Maio 2017, 16h47

Demolir a residência que antes ocupava este terreno próximo à avenida Paulista exigiu coragem. Uma obra mal planejada havia descaracterizado o sobrado e tirado toda sua graça. “Reformar o que restou seria um paliativo que deixaria o proprietário com a estranha sensação de estar num local sem sintonia com suas necessidades”, justifica o arquiteto Gilberto Belleza, autor do novo projeto.

Limitado, o lote entre prédios tem apenas 5 metros de largura. (Divulgação/André Klotz)

Com a área livre, a vontade de reconfigurar a vida num espaço menor e mais aconchegante tomou forma em pouco mais de um ano, para a felicidade de Alberto, o morador. “Tive o medo típico dos marinheiros de primeira viagem, mas, com a evolução da obra, surge o sentimento de apropriação e a gente passa a se identificar com o ambiente”, recorda.

O pátio interno oferece, além de claridade, uma pitada de natureza à otina. A parede viva leva a assinatura da Verde Vertical. (Divulgação/André Klotz)

Assim, para levar embora o clima soturno da construção anterior, toda fechada, entrou em cena um pátio central, o qual trouxe luz, boa circulação de ar e uma porção de verde. O lote comprido conquistou transparência: panos de vidro deixam a visão correr da entrada até o quintal. Por fim, acabamentos neutros – cimento, madeira e muito branco – mantêm o visual sem excessos.

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Aberta para os jardins nas duas extremidades, a sala desponta como um dos locais mais aproveitados no dia a dia. Banqueta azul de Sérgio Matos para a By Kamy. Vasos e quadro da Benedixt. (Divulgação/André Klotz)

“Esta casa teve, para mim, efeito transformador. Abri mão de viver num lugar muito maior e me sinto melhor hoje. Tenho uma relação mais próxima com o cotidiano da cidade, pois a região permite que eu faça tudo a pé ou de bicicleta. Não tenho mais carro na garagem”, conta Alberto. Com direito a uma horta na cobertura, o endereço segue tímido, mas firme, entre prédios, capaz de articular mudanças não só no entorno como também em quem está do lado de dentro.

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