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Casa de campo mergulha na paisagem

Nesta casa de fim de semana localizada no interior de São Paulo, não importa muito onde termina a sala de estar e onde começa a varanda. A intenção é mesmo embaçar limites em nome de uma boa causa: absorver a vista ao redor

Por Da Redação
Atualizado em 9 set 2021, 14h01 - Publicado em 26 abr 2016, 19h35

O pôr do sol, por volta das 18h30, é programa marcado todos os dias nesta casa de 919 m² num condomínio fechado em Porto Feliz, SP, cujo projeto, de autoria do arquiteto Gui Mattos, posicionou idealmente um cenário para apreciá-lo: toda a frente se resume a um volume aberto, no qual estar e varanda se confundem. “Por causa da topografia e em busca da melhor vista, resolvemos assentar a construção no platô ao final do aclive do terreno, de 3 390 m²”, conta Gui. Da opção, nasceu o eixo lateral no térreo, uma espécie de corredor ou túnel com muro de pedra que separa a garagem, no lado esquerdo, e funciona como um primeiro acesso coberto para os pedestres até o interior. “É uma empena que vai subindo, acompanhando a inclinação do lote.” Mas há quem prefira entrar pelo jardim mesmo, já que a área social à frente dele não faz cerimônia nem oferece restrições. As únicas divisórias impostas são as portas de correr de vidro, totalmente retráteis em caixilhos de cumaru; além dos brises deslizantes feitos da mesma madeira. Como se movimentam, esses últimos permitem aos moradores customizar a sombra de acordo com o horário e o ponto onde querem estar. 

Todo esse ir e vir se dá sob o abrigo de uma delgada cobertura em balanço, composta de estrutura de grelha de aço com forro de madeira. “Com o metal, conseguimos a aparência de leveza – ela lembra uma bandeja apoiada em colunas.” Os outros dois blocos da residência (serviço e quartos) são mais tradicionais, erguidos com concreto. Mas, mesmo ali, as aberturas não receberam menor atenção. “Não há janelas diretamente nas faces, e sim reentrâncias escavadas, as quais resguardam melhor os cômodos.” Nada que impeça, é claro, o sol de entrar.