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Sala de estar liga todos os ambientes deste apartamento carioca

A fim de unir as unidades vizinhas e conquistar uma vista ainda maior do Morro Dois Irmãos, no Rio de Janeiro, paredes foram postas abaixo

Por Simone Raitzik
Atualizado em 9 set 2021, 12h51 - Publicado em 6 jun 2017, 15h59

O apartamento de dois quartos e 117 metros quadrados no bairro carioca do Leblon dava direito a uma visão estonteante do Morro Dois Irmãos. Desde que o compraram, os proprietários ficaram de olho na unidade ao lado.

“Inicialmente, usava o imóvel apenas como escritório. Mas logo percebi o potencial do espaço com farta luz natural e uma paisagem incrível na janela, de frente para a montanha, um privilégio. Só faltava um pouco mais de metragem para virar uma casa de família, com ambientes generosos”, conta a dona, que encomendou a reforma ao Estúdio Chão, dos arquitetos Antonio Pedro Coutinho e Adriano Carneiro de Mendonça.

Ao fundo, a porta de entrada da suíte do casal, pintada de branco, é emoldurada pela estante de freijó. A viga de concreto do tipo mão-francesa desenha um inusitado elemento triangular em plena sala. Almofadas e manta da Trama Casa. (Andre Nazareth/Andre Nazareth)

Quando o vizinho de 94 metros quadrados apareceu à venda, não houve hesitação. “Fechei negócio na hora, pois seria a oportunidade de conseguir uma morada única em um ponto maravilhoso da Zona Sul.” Aos arquitetos, coube o desafio de estudar uma incorporação orgânica.

A estante de freijó de 8 m de comprimento, desenho do Estúdio Chão, foi executada pela Roberto Machado Marcenaria incluindo uma prancha para a bancada do escritório. “O móvel vai de ponta a ponta em uma das laterais da sala, trazendo aconchego”, diz Antonio. No teto, as vigas apareceram após a retirada do rebaixo de gesso. (Andre Nazareth/Andre Nazareth)

“Foi um quebra-quebra total, com alguns contratempos ao longo do caminho. Na unidade antiga, já deles, as paredes tinham sido postas abaixo e sabíamos da existência da viga de concreto do tipo mão-francesa, que provavelmente estaria rebatida no outro lado. Resolvemos incorporar todas como divisórias, delimitando o estar e criando cantos mais privativos”, conta Antonio Pedro.

Painéis com venezianas de freijó (1,35 x 2,60 m) se deslocam e, quando abertos, ficam embutidos numa divisória dupla de drywall. Bancada branca de superfície cristalizada de vidro Marmoglass. O armário superior exibe acabamento de laca fosca, execução da Roberto Machado Marcenaria. (Andre Nazareth/Andre Nazareth)

Outro ponto importante foi estudar as várias possibilidades da planta, optando por um desenho pouco convencional, com quartos voltados para as duas extremidades da sala.

“Todas as portas do apartamento se abrem diretamente para o estar, colocado como ambiente central. Tomamos partido dessa configuração: de um lado, ficou a suíte do casal, com closet e escritório. Do outro, a cozinha, o quarto do bebê e o de hóspedes. Mantivemos os pontos de água e também o barbará, cano de escoamento de água pluvial original do prédio, que restou quando integramos a varanda. Tudo aparente, dando um tom descolado e cheio de personalidade”, explica ele.

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Na lateral, a parede estrutural do prédio revela a textura do concreto original, protegido com uma demão de verniz fosco. (Andre Nazareth/Andre Nazareth)

No teto, as vigas também ficaram à vista após o forro de gesso sair de cena. “Evitamos achatar o pé-direito. Esse grafismo irregular desenhando as paredes faz toda a diferença. É como um loft: há improviso e sofisticação na medida certa”, arremata Antonio.

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