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2 em 1: loft é reformado e vira casa e escritório

Um filme dos anos 90 aguçou o desejo de Rosane Serro por um apartamento claro e sem barreiras. Bastaram sete meses para a obra na casa ter um final feliz

Por Simone Raitzik
Atualizado em 9 set 2021, 12h58 - Publicado em 10 Maio 2017, 18h26

“Sou uma pessoa que nasceu com a mochila nas costas. Sempre preferi morar em espaços alugados, dos quais pudesse abrir mão no caso de alguma viagem mais longa. Há cerca de quatro anos, a proprietária pediu o apartamento onde eu vivia. A mudança veio, mas não implicou a travessia do oceano: pela primeira vez na vida, pensei em ter uma casa própria.

Ao visitar este lugar, notei seu potencial: a sala delineada por maravilhosa luz natural e a vista para a bela montanha. Fechei o negócio e chamei a arquiteta Ketlein Amorim para corrigir imperfeições da planta, como a cozinha apertada e pontos escuros, sem nenhuma claridade.

A parede recebeu pastilhas de vidro no tom vinho (linha Cristal Glass, 1,5 x 1,5 cm, da Glass Mosaic) e o piso, cerâmica (Antartica, 61 x 61 cm, da Cecrisa). (Divulgação/Andre Nazareth)

Quis derrubar todas as paredes possíveis, ampliar o lavabo, criar um quarto aconchegante para meu filho e ter um lugar confortável para escrever. Sou jornalista e estou produzindo o primeiro livro de uma série de relatos de viagem. Nessas condições, tudo o que alguém precisa é de amplitude, luz e sensação de liberdade.

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Réguas de PVC (Interfloor, linha Carvalho Rústico WR301, da By Floor) deram o toque amadeirado à parede de alvenaria (1,48 x 2,50 m) da copa. “Fiz questão de uma textura quente, mas lavável”, diz a arquiteta. (Divulgação/Andre Nazareth)

Ketlein compreendeu isso e buscou soluções inovadoras no desenho e nos materiais. Durante a obra, deparamos com questões estruturais. Original dos anos 60, o apartamento apresentava sete pilares, além de paredes e teto com desníveis não identificados no início do projeto. No meio da reforma, também decidi isolar o som da parede divisória com o imóvel vizinho. Mas nada disso tirou meu prazer de deixar tudo do jeito com que sonhei.

1. Toque modernista: os tijolos vazados da antiga área de serviço agora ficam à vista na ala social. Para evitar vento e chuva dentro do apartamento, ganharam uma janela de vidro (Blindex) na face interna. 2. Iluminação indireta: lâmpadas fluorescentes tubulares T8, de tonalidade amarelada, dão aconchego à sala. Elas estão instaladas entre a viga estrutural e o rebaixo de gesso de 26 cm. 3. Balcão da copa: Balcão da copa: o pilar estrutural esconde a bancada da copa, executada com granito branco everest (MGR Marmoraria). 4. Linha divisória: no estar, os tacos de peroba-do-campo foram restaurados. Já a cozinha ganhou piso cerâmico. O pilar alinha a fronteira entre os dois ambientes. 5. Marcenaria clara: De visual limpo, o armário estreito (2,50 x 0,30 m, da Roma Mobili) disfarça a lateral da geladeira e serve para guardar copos. (Divulgação/Andre Nazareth)

Depois de viver em lugares de estilo colonial e coloridos, nas tonalidades dos filmes do diretor espanhol Pedro Almodóvar, desejava muito uma casa branca, luminosa, de janelas abertas e cortinas esvoaçantes, como a de Katharine Hepburn no filme Segredos do Coração. No papel de tia de Warren Beatty, Katharine morava numa majestosa casa numa ilha do Pacífico. Mas quem precisa de um oceano tão violento quando pode viver na sedutora geografia carioca?”

Rosana Serro, moradora

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