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Home office de 20 m² fica no meio da natureza

No quintal cercado pela Mata Atlântica, o arquiteto Hélio Carneiro ergueu seu escritório

Por Por Amanda Sequin (texto) e Deborah Apsan (visual) | Projeto Hom Arquitetura
Atualizado em 9 set 2021, 13h39 - Publicado em 6 jan 2017, 11h00

Deparar com um sagui na janela é uma cena corriqueira na rotina do arquiteto Hélio Carneiro. Há cerca de dez anos, ele adquiriu um terreno de 1,4 mil   na Serra da Cantareira, região de Mata Atlântica ao norte de São Paulo. “Havia acabado de me casar e o valor de que eu e minha mulher dispúnhamos, na época, daria para arcar com um microapartamento ou construir em terras mais distantes. Alguns colegas já moravam nos arredores, o preço ainda não era tão alto e seria uma oportunidade de viver bem num lugar que dispensa apresentações”, conta.

No novo lar feito por ele, um dos quartos serviu de escritório por anos. Até que, em 2014, o espaço viu seus dias contados: era preciso cedê-lo rapidamente à filha, prestes a nascer. Ao observar aquela área livre na entrada do lote, o arquiteto pensou: por que não? Com tempo restrito, recorreu à adaptação de um sistema familiar, o steel frame. “Sempre busquei diminuir o período gasto no canteiro e estruturei a minha casa e a de meus pais com aço”, lembra ele, que, desta vez, quis pôr fim a um problema clássico: o dilema entre manter um estúdio de arquitetura e gerenciar uma obra. “Meu novo posto de trabalho foi um protótipo para solucionar essa questão”, explica.

O projeto obedece à seguinte fórmula: um volume de 3 x 4,80 m com lavabo e copa, cuidadosamente calculado para a montagem completa num galpão. Tudo isso envolveu a criação de um piso especial, além de bases metálicas com engates a fim de transportar a construção finalizada até o local, já equipado com as tubulações e a fundação prévias. Tal processo levaria, no máximo, dez dias. No entanto, dois elementos atrapalharam essa agilidade: o muro divisório de pedra, de 2 m de altura, e a fiação elétrica existente. Por causa deles, a finalização precisou se dar in loco, totalizando 20 dias. “Esses quase 15 m2 podem ser replicados tanto lateral quanto verticalmente. Basta repetir a laje seca e respeitar sua modulação. E, se der vontade de mudar outra vez, consigo colocar de volta no caminhão.” Parece fácil. A parte difícil é encontrar coragem para largar um cantinho tão gostoso como esse.

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