Continua após publicidade

Na medida do conforto

Moradora de um apê de 34 m² na Vila Olímpia conta como é viver em espaço compacto

Por Texto: Amanda Sequin
Atualizado em 1 dez 2022, 09h32 - Publicado em 9 fev 2017, 18h09

Com a atual falta de espaço nas grandes cidades, algumas construtoras começaram a apostar em versões super compactas de apartamentos. Mas qual será a sensação e os desafios de morar em espaços que chegam a ter somente 10 m²? Raquel Schauff, dona de um imóvel de 34 m², pode responder a essa pergunta. Mas já adiantamos: para a administradora, trocar o aluguel pela praticidade nunca foi tão assertivo. 

“Antes dividia um apartamento de 110 m2 com uma amiga, no bairro Vila Nova Conceição, e há algum tempo desejava sair do aluguel. Sempre gostei do conceito de loft, por ser compacto, fácil de cuidar. E, para a quantia que eu possuía para gastar, não poderia ser algo muito longe disso, afinal era tudo muito caro. Por esses motivos decidi comprar este, que atenderia minhas necessidades. Sem falar na localização, ótima – levo 15 minutos para chegar de carro ao meu trabalho, próximo da Marginal Tietê. Comprei na planta e já faz um ano e dois meses que estou aqui. A propósito, é engraçado pois sou uma das poucas que usam a vaga. Eu me surpreendi ao ver que o bicicletário, embora o condomínio ainda esteja pouco ocupado, já lotou! Bem diferente do segundo piso da garagem, totalmente vazio. Até vejo uma movimentação da galera para adequar o prédio a essa realidade. A maioria aqui são jovens, ninguém tem filhos, então dá pra escutar música tranquilamente, não tem reclamação. Posso relaxar num lounge enorme, tem academia, sauna, piscina e uma lavanderia high-tech. Para adequar meu cantinho de um jeito prático, chamei as arquitetas do SP Estúdio, que já tinham experiência com lofts. O layout se manteve praticamente como o original. A única coisa nova que tivemos de estruturar foi a ilha com cooktop, no centro da cozinha. Apesar de enxuto, ficou com cara de casinha, supercharmoso e colorido. Falta de espaço não é problema, já que os armários são inteligentes, todos os cantinhos abrem. Tenho um futon na entrada que esconde uma sapateira; mesa de passar, vassoura e quadro de luz se escondem num tampo na parede… Meu maior medo era não conseguir guardar minhas coisas, mas tem lugar suficiente, tanto que nem precisei ocupar os nichos disponíveis no subsolo. E cabem vários amigos aqui, basta abrir uns banquinhos e todos conseguem se sentar. Eu e a Amora, minha cachorrinha, estamos muito satisfeitas.” – Raquel Schauff, proprietária.